Padrão da Raça Pastor Alemão
Origem: Alemanha - 23/03/1991
Classificação F.C.I.: Grupo
1 – Cão de pastoreio e boiadeiro
Seção
1 - Cão de utilidade com brevê de trabalho
Emprego: Cão da utilidade, cão
da pastore e cão de serviço polivalente.
O cão Pastor Alemão
ressalta logo à primeira vista como um animal harmonioso, bem
proporcionado, mais logo do que alto e com um perfeito equilíbrio
entre todas as diversas partes do seu todo. É um animal nobre,
forte e vivaz, substancioso, sem ser grosseiro, evidência tanto
em repouso como quando em movimento, perfeito apuro muscular e lapides,
tal um atleta em perfeita forma.
É dotado de uma personalidade
marcante, expressão direta e destemida, sem contudo se mostrar
hostil, confiança própria, firmeza de nervos e uma certa
reserva que não o predispõe à amizades imediatas
e indiscriminadas; enfim de uma nobreza natural e marcante, seguro
de si e que por si só impõe confiança, respeito
e admiração.
Seus caracteres sexuais secundários
são evidentes, dando ao exemplar, logo a primeira vista, a
aparência de um macho ou de uma fêmea; aqueles com um
porte e comportamento decididamente masculino e estas inconfundivelmente
femininas, insertas, porém, de qualquer fragilidade estrutural
ou brandura de temperamento.
Cão Pastor Alemão possui
pelagem dupla; sub-pêlo e sobre-pêlo. A quantidade de
sub-pêlo vária conforme a estação do ano
e o tempo de vida ao ar livre, mas deve estar sempre presente, a fim
de protegê-lo da água, temperaturas extremas e insetos.
A sua ausência é considerada como falta e como tal punida.
O sobre-pêlo apresenta-se em 3 (três)
tipos:
Pêlo rijo normal: Neste tipo,
ideal, o sobre-pêlo é o mais denso possível, composto
de fios retos, duros, e bem deitados ao corpo. A cabeça inclusive,
interior das orelhas, partes interiores das pernas, patas e dedos
são providos de pêlos mais curtos e menos ásperos.
Já no pescoço a pelagem é levemente mais comprida
e forte. Nos membros dianteiros e traseiros os pêlos são
em seus anteriores levemente mais curtos e bem deitado ao corpo: alonga-se
e elevando-se para as faces posteriores em extensão aos metacarpos
e jarretes, chegando, quando nas coxas, a formar calças moderadas.
O comprimento nesse tipo vária
levemente na média dos 5 (cinco) centímetros, todavia
o muito curto, chamado de rato, ou topeira é indesejável.
Pêlo rijo comprido: Os
fios são mais alongados, nem sempre retos e antes de mais
nada não bem deitados ao corpo. Na parte inferior das orelhas
e em suas faces posteriores, já bem mais alongados e delicados,
formados por vezes tufos. Nas faces posteriores dos membros, assim
como na inferior da cauda, pelo seu alongamento, chegam a formar
bandeira e, quando nas coxas densos culotes. O tipo de cauda é sempre
tufado. Esse tipo de pelagem não se apresenta com a mesma
resistência da normal, razão porque é indesejável,
permitindo-se, todavia, na reprodução os possuidores
de sub-pêlo denso em todo o corpo.
Pêlo comprido: É bem mais alongado
que o precedente, mais sedoso e ondulado, repartindo-se normalmente
em dois ao longo da linha de dorso, caindo para os flancos. Geralmente,
esses animais são dotados de peitos mais estreitos com formação
de focinho mais afilado. Este tipo, indesejável, deve ser proibido à reprodução.
Coloração
Excetuando o branco, todas as cores são permitidas no cão Pastor
Alemão: preto, cinza-ferro, cinza ou unicolor ou com partes marrom,
amarelo, bege e cinza claro, capa-preta e todas as suas variações.
Em todos esses tipos, uma pequena mancha branca no peito não é sinal
de defeito.
O sub-pêlo é, com exceção dos animais pretos, sempre
levemente colorido.
A coloração do filhote é somente definida quando do aparecimento
do sobre-pêlo definitivo.
Pigmentação
No cão Pastor Alemão todas as colorações deverão
ser fortes, ricas e de pigmentação bem definida sem o menor indicio
de desbotamento. Sinais de despigmentação como: olhos claros,
unhas brancas, partes internas dos membros, inferior no tronco e cauda esbranquiçada,
deverão ser penalizadas de acordo com sua intensidade. Os brancos e
os de características albinos, serão desqualificados e vetados
a reprodução.
Estrutura
Altura: É um animal levemente
acima do tamanho médio. A sua altura, medida por uma perpendicular
tirada da ponta da cernelha, com a pelagem comprida, ao solo em nível,
tangenciando o cotovelo, deverá ser:
Para os machos: de 60 a 65 cm
Para as fêmeas: de 55 a 60 cm
Variação para mais ou para menos diminuem o seu
valor com cão de utilidade e como tal deverão ser penalizados.
Comprimento: É tomado em perfeita horizontal
da ponta do externo a ponta do esquio.
Proporção: O cão Pastor Alemão é mais
comprido do que alto e a fim de melhor poder cumprir as finalidades
para a qual foi criado, a proporção ideal, entre comprimento
e altura é aquela compreendida na razão de 10:8.8.
Cabeça: Forte e de traços bem marcantes,
caracterizando-se pela nobreza. Deve ser bem proporcionada ao corpo
sem contudo ser grosseira, muito embora um certo grau de rusticidade,
especialmente nos machos, seja falta menor do que um super-refinamento.
Crânio: Moderadamente largo entre as orelhas. Quando
visto de frente, a lesta é somente um pouco abaulada, sem sulco
central ou então só levemente abaulada, vai se inclinando
e afilando em direção ao encaixe do focinho onde forma
um "stop" obliquo não muito marcado, mas sempre presente.
Focinho: Em forma de cunha, alongado e forte, sua
linha superior praticamente reta é paralela a um prolongamento
imaginário da linha da testa. Visto de frente, com boa base
e de narinas bem desenvolvidas, delineadas e sempre úmidas.
Bochechas e lábios: De bom desenvolvimento,
correndo lateralmente numa curvatura suave e sem projetar-se para
a frente. Lábios fortes, firmes e bem aderidos oferecendo perfeito
fechamento á boca.
Maxilares: Fortemente desenvolvidos, oferecendo
perfeito e sólido encaixe aos dentes. O inferior fraco, estreito
e curto, aparentado proeminência do focinho é falta e
como tal punida.
Orelhas: Devem ser moderadamente pontudas, bem implantadas,
largas na base, abertas para a frente e trazidas eretas quando em
atenção: sendo ideal aquela posição na
qual suas linhas medianas sejam perfeitamente verticais e paralelas
entre si.
Bem inseridas, bem coladas e bem trazidas e equilibradas com a cabeça
contribuem para a aparência e expressão do animal.
Orelhas muito pequenas, muito grandes, de inserção baixa, abertas,
não firmes, caidas e operadas são indesejáveis. As mortas
devem ser proibidas à reprodução.
Os filhotes, usualmente, não se erguem permanentemente antes do 4º ao
6º mês e algumas vezes ainda mais tarde.
Olhos: De tamanho médio, amendoados, implantados
obliquamente e nunca salientes. A sua cor deve ser a mais escura possível,
tolerando-se todavia os mais claros desde que se harmonizem perfeitamente
com a coloração geral do animal. Sua expressão
deve ser bem viva, inteligente e serena.
Dentes: Em número de 42 (20 superiores e
22 inferiores) na dentição definitiva, fortemente desenvolvidos,
branquíssimos e de perfeita implantação. Com
a boca fechada a face interna dos incisivos superiores deverá atritar
com a face externa dos incisivos inferiores (mordedura em tesoura)
o que dá ao animal uma presa mais segura e um menor desgaste
dos mesmos. Quando os incisivos da arcada inferior deixarem de atritar
com a face interna dos superiores, separando-se, haverá prognatismo
superior, o que constitui uma falta. Quando os incisivos superiores
baterem contra os incisivos inferiores (mordedura em torquês) é de
todo indesejável. A face interna dos incisivos inferiores atritando
com a face externa dos incisivos superiores ou os sobrepujando, apresentando-se
o prognatismo inferior que constitui uma falta muito grave.
A ausência de qualquer dente, é falta e como tal punida de acordo
com as normas. Dentes de cinomose descoloridos, quebrados e gastos serão
punidos de acordo com a gravidade.
Pescoço: Deve ser forte, musculoso, bem torneado,
oferecendo uma ligação harmônica entre cabeça
e tronco completamente livre de dobras ou peles soltas em sua parte
inferior.
Com o animal em atenção, cabeça e pescoço devem
alçar-se; quando em movimento o porte ideal será com a cabeça
mais a frente e em perfeito prolongamento do dorso e cernelha e nunca para
o alto ou para baixo.
Linha superior: Esse conjunto deve oferecer uma
continuidade harmônica entre Cernelha, Dorso, Lombo, Garupa
e Cauda; perfeitamente equilibrado.
Cernelha: Deve ser forte, bem desenvolvida e conformada,
mais alta do que o dorso e inclinando-se levemente para este, oferecendo
um perfeito encaixe das omoplatas (e vértebras).
Dorso: Perfeitamente reto e horizontal, fortemente
desenvolvido, sem abaulamentos ou convexidades e relativamente curto.
Lombo: Quando visto pôr cima, deve ser largo
e forte unindo-se suavemente ao dorso, e quando visto de lado, não
apresenta espaço entre a última costela e a coxa.
Garupa: Longa, de boa largura e levemente inclinada
e bem recoberta de músculos. Garupa horizontal ou plana, muito
curta ou caída são consideradas como faltosas e ideal
aquela que apresenta uma inclinação de perto de 30º com
a linha do dorso, partindo desta em ligação suave.
Cauda: Cheia, devendo a última vértebra
alcançar, no mínimo, a ponta do jarrete e usualmente
ainda mais baixo; de inserção disfarçada tipo
sabre. Quando o animal em movimento, a cauda deve elevar-se tornando-se
um prolongamento do dorso; maiores elevações depreciam
a aparência sendo permissíveis em caso de excitação,
até uma linha imaginária que seria a perpendicular sobre
a sua inserção: ultrapassá-la ou não sair
de repouso (cauda morta) é falha.
Cauda em gancho e algumas vezes
em lateral é indesejável. Caudas cortadas ou aparadas
desqualificam; as muito curtas e as de extremidades rombudas, devido à anquilose,
acavalamento ou fusão de vértebras são faltosas.
Tronco: A estrutura geral do corpo deve dar a impressão
de profundidade e solidez, mas sem excesso de volume. O seu comprimento
deve ultrapassar a altura da cernelha na proporção devida,
os curtos e alongados deverão ser personalizados.
Antepeito: Iniciando-se no pró-externo, bem
cheio e descendo bastante entre os membros sem, contudo, ultrapassar
a ponta do cotovelo; não revelando largura demasiada e muito
menos qualquer indício de concavidade.
Peito: Profundo e de boa capacidade oferecendo bastante
espaço para pulmões e coração. Bem projetado
para a frente com o pro-externo salientando-se bem a frente dos ombros,
quando cisto lateralmente.
Costela: Devem ser de boa saliência com relação à coluna
vertebral, inclinando-se para trás com relação à esta
em ângulo perto de 45º.
Bem espaçadas e desenvolvidas, unindo-se em baixo ao estremo que desce
suavemente acima do ponto do cotovelo. Não devem Ter curvatura em forma
de barril e não serem achatadas.
Abdomen: Firme, nunca flácido nem caída.
A linha inferior é apenas levemente entrante nos flancos, mas
nunca esgalgada, sendo nas fêmeas muito menos acentuada no que
nos machos.
Membros:
Dados a sua condição
de trotador, no cão Pastor Alemão os membros devem ser
proporcionados e angulados de tal maneira que permite, sem uma alteração
de sua linha superior, avançar as pernas propulsoras próximas
ao centro de gravidade do animal, assim como distender as anteriores
em igual extensão.
Angulações Anteriores: As omoplatas
devem ser compridas e bem coladas ao corpo, ficando suas extremidades
superiores bem unidas para a frente, num ângulo de 135 graus
com a linha de dorso, em direção ao ponto onde articula
com o úmero(braço) de igual comprimento, formando o ângulo
escápulo-umeral bem próximo aos 90 graus. O conjunto
assim formado, denominado ombro, deve apresentar-se consistente, bem
colado ao corpo, musculoso e nunca solto ou entrante.
Angulações Posteriores: Deve também
consistir numa série de ângulos retos, considerados os
ossos em relação uns aos outros. O fêmur (osso
da coxa) deve ser paralelo à omoplata e a tíbia (perna)
ao úmero. O conjunto da coxa deve ser largo e bem musculoso,
com o fêmur e a tíbia alongados e de igual comprimento,
formando entre si um ângulo próximo também a 90º.
Pernas: Os ossos das pernas, ante-braço,
devem ser retos e ovalados; nunca redondos, chatas ou com esponjocidades.
Como duas pilastras, perfeitamente verticais ao solo sob todos os ângulos,
devem equilibrar com a massa do animal, e sem serem grosseiros, contribuírem
para a impressão geral de substância. Ossos tortos, mal
aprumados, de formação raquítica são decididamente
indesejáveis.
Metacorpos: De comprimento médio, firmes
e fortes; oferecendo bastante molejo. Devem formar com a linha de
solo um ângulo próximo a 60º e, quando vistos de
frente, situarem-se no mesmo eixo das pernas. Os eretos, cedentes
e desviados são indesejáveis.
Metatarsos: Curtos, lisos, de seção
bastante forte; salientando-se em ponta resistente e bem definida.
Quando o animal em perfeito "Stay " e de perna avançada,
forma um ângulo de 45º com a linha de solo e o recuado
situa-se em perfeita vertical vistos por de trás perfeitamente
paralelos e colocados no prumo de encaixe na bacia.
Pés: Fortes, compactos, com dedos bem arqueados;
providos de almofadas grossas, bem unida, duras e de bastante espessura;
unhas curtas, fortes e escuras. Ergots encontram-se as vezes em determinadas
linhagens, devendo ser cortados após o nascimento. Os chamados "pé de
gato", assim como os finos, de dedos espalmados e os de "lebre" são
indesejáveis.
Movimentação
É desembaraçada, harmônica, ampla e elástica:
parecendo, sem esforço, macia e ritmica. Trotador por excelência,
sua andadura se processa pela forma mais simples; em 2 tempo, isto é,
em diagonal. Ao propulsionar com o traseiro esquerdo avança
o dianteiro esquerdo, tudo numa sequência rápida, rente
ao chão, sem qualquer deles se elevarem alto, quer no seu impulso
traseiro, quer no alcance dianteiro.
Atingindo bem a frente na mediana do corpo próximo ao centro de gravidade,
o forte propulsor agarra-se ao chão e então, metatarso, joelho
e coxa, entrando em ação empuxo fortemente para trás,
transmitindo através da garupa ao lombo, dorso e cernelha um vigoroso
impulso aos anteriores ocasionando a abertura dos ombros em sua máxima
amplitude o que vem permitir às pernas dianteiras alcançarem
o mais possível a frente em perfeito equilíbrio com o avanço
traseiro, sem perda em rendimento; movimento esse mantido graças às
perfeitas correlações angulares e a completa coordenação
muscular do conjunto.
As pernas do cão Pastor Alemão não
se movimentam em linhas paralelas e separadas como em outras raças, mas
seus pés aproximam-se sempre da linha mediana do corpo, para a manutenção
do equilíbrio e maior rendimento durante o trote e é por essa razão
que, quando visto pela frente ou por trás, seus pés parecem movimentar-se
juntos; não devendo todavia, nessa sequência, cruzarem-se, oscilarem
os jarretes ou forçarem os joelhos para fora, o que seria falta. Em todo
esse movimento há sempre um ponto de apoio, todavia, nos melhores exemplares
dotados de ideias angulações, posição de garupa e
perfeita firmeza da linha superior, dando sequência rápida de passadas
e ideal coordenação muscular, chega o momento em que o animal mantém-se
completamente livre no ar sem nenhum apoio e a isso se denomina "Trote flutuante",
condição somente alcançada em cães pertencentes a
raça Pastor Alemão.
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